Qual a composição de Linezolida Altan
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A substância ativa é linezolida. Cada 1 ml de solução contém 2 mg de linezolida.
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Os outros componentes são glucose mono-hidratada (um tipo de açúcar), citrato de sódio, ácido cítrico anidro, ácido clorídrico ou hidróxido de sódio e água para preparações injetáveis.
Qual o aspeto de Linezolida Altan e conteúdo da embalagem
Linezolida Altan é apresentado como uma solução límpida em sacos de perfusão única contendo 300 ml de solução (600 mg de linezolida).
Os sacos são fornecidos em caixas de 10 sacos.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. Titular da Autorização de Introdução no Mercado e Fabricante Titular da Autorização de Introdução no Mercado
Altan Pharmaceuticals, S.A.
C/ Cólquide 6. Portal 2, 1ª planta. Oficina F, Edificio Prisma, Las Rozas 28230 Madrid
Espanha
Fabricante
Infomed Fluids S.R.L
50 Theodor Pallady blvd, District 3,
032266 Bucharest Roménia
Este folheto foi revisto pela última vez em
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A informação que se segue destina-se apenas aos profissionais de saúde:
Para informação adicional, consultar o Resumo das Características do Medicamento (RCM).
Linezolida Altan 2 mg/ml solução para perfusão
Linezolida
Linezolida não é ativo contra infeções causadas por agentes patogénicos Gram-negativos. Deve ser iniciada terapêutica concomitante específica para microrganismos Gram- negativos, se for documentada ou se existir suspeita de coinfecção por agente patogénico Gram-negativo.
Descrição
Saco para perfusão, de utilização única, pronto a usar, sem látex, em película com múltiplas camadas de poliolefino, selado num invólucro protetor de alumínio laminado. O saco tem capacidade para 300 ml de solução e está acondicionado numa caixa. Cada caixa contém 10 sacos para perfusão.
Linezolida Altan 2 mg/ml solução para perfusão contém 2 mg/ml de linezolida numa solução isotónica, límpida, incolor a amarelada. Os outros excipientes são: glucose mono-hidratada, citrato de sódio, ácido cítrico anidro, ácido clorídrico ou hidróxido de sódio, água para injetáveis.
Posologia e modo de administração
A terapêutica com linezolida deve ser iniciada apenas em ambiente hospitalar e só após consulta de um especialista, tal como um microbiologista ou um infeciologista.
Os doentes que iniciem o tratamento com a formulação parentérica podem mudar para qualquer uma das apresentações orais, quando clinicamente indicado. Neste caso não são necessários ajustes posológicos, uma vez que linezolida tem uma biodisponibilidade oral de aproximadamente 100%.
A solução para perfusão deve ser administrada durante um período de 30 a 120 minutos. A dose recomendada de linezolida deve ser administrada por via IV duas vezes ao dia.
Posologia recomendada e duração do tratamento nos adultos:
A duração do tratamento está dependente do agente patogénico, do local e gravidade da infeção e da resposta clínica do doente.
As recomendações sobre a duração do tratamento que se seguem refletem as que foram utilizadas nos ensaios clínicos. Tratamentos mais curtos podem ser adequados para alguns tipos de infeção, mas não foram avaliados nos ensaios clínicos.
A duração máxima do tratamento é de 28 dias. Não se estabeleceu a segurança e eficácia de linezolida quando administrado por períodos superiores a 28 dias.
Não é necessário aumento da dose recomendada ou da duração do tratamento, no caso de infeções associadas a bacteriemia concomitante.
A posologia recomendada para Linezolida 2 mg/ml Solução para perfusão é a seguinte:
Infeções | Posologia | Duração do tratamento |
Pneumonia nosocomial Pneumonia adquirida na comunidade | 600 mg duas vezes ao dia | 10-14 dias consecutivos |
Infeções graves da pele e tecidos moles | 600 mg duas vezes ao dia | |
Doentes idosos: Não é necessário ajuste posológico.
Doentes com insuficiência renal: Não é necessário ajuste posológico.
Doentes com insuficiência renal grave (i.e. CLCR < 30 ml/min): Não é necessário ajuste posológico. Devido ao facto de não se conhecer o significado clínico da exposição elevada (até 10 vezes) aos dois metabolitos primários de linezolida, em doentes com insuficiência renal grave, linezolida deve ser utilizada com especial precaução nestes doentes e apenas quando o benefício esperado seja considerado superior ao risco teórico.
Como cerca de 30% de uma dose de linezolida é removida durante 3 horas de hemodiálise, linezolida deve ser administrada após diálise, em doentes que recebem este tratamento. Os metabolitos primários de linezolida são removidos em parte por hemodiálise, mas as concentrações destes metabolitos após diálise, ainda são consideravelmente superiores às concentrações observadas em doentes com função renal normal, ou com insuficiência renal ligeira a moderada. Assim, linezolida deve ser utilizada com especial precaução em doentes com insuficiência renal grave sujeitos a diálise, e apenas quando o benefício esperado seja considerado superior ao risco teórico. Atualmente não há experiência na administração de linezolida a doentes sujeitos a diálise peritoneal ambulatória contínua (DPAC) ou tratamentos alternativos para falência renal (para além da hemodiálise).
Doentes com insuficiência hepática grave (classe child-Pugh C): Como linezolida é metabolizado por um processo não enzimático, não se espera que a deterioração da função hepática altere significativamente o seu metabolismo e, assim, não é recomendado ajuste posológico. No entanto, não existem dados farmacocinéticos e os dados clínicos são limitados em doentes com insuficiência hepática grave. Recomenda-se
que linezolida seja utilizada com especial precaução nestes doentes apenas quando o benefício esperado seja considerado superior ao risco teórico.
População pediátrica: Não existem dados suficientes sobre a farmacocinética, segurança e eficácia de linezolida em crianças e adolescentes (< 18 anos de idade) de modo a que se estabeleça uma posologia recomendada (ver secções 5.1 e 5.2). Assim, não se recomenda a utilização de linezolida neste grupo etário, até existirem mais dados disponíveis.
Contraindicações
Hipersensibilidade ao linezolida ou a qualquer um dos excipientes.
Linezolida não deve ser administrado a doentes a tomar outros medicamentos que inibam as monoaminoxidases A ou B (por ex., fenelzina, isocarboxazida, selegilina, moclobemida) ou nas duas semanas após a administração deste tipo de medicamentos.
A não ser que existam condições para a observação regular e monitorização da tensão arterial, não se deve administrar linezolida 2 mg/ml solução para perfusão a doentes com os estados clínicos ou com a medicação concomitante seguidamente mencionados:
Doentes com hipertensão não controlada, feocromocitoma, síndrome carcinóide, tireotoxicose, depressão bipolar, distúrbio esquizoafetivo, estados confusionais agudos. Doentes sujeitos à seguinte medicação: inibidores da recaptação da serotonina (ver secção 4.4), antidepressivos tricíclicos, agonistas do recetor da serotonina 5-HT1 (triptanos), agentes com ações simpaticomiméticas diretas e indiretas (incluindo broncodilatadores adrenérgicos, pseudoefedrina e fenilpropanolamina), agentes vasopressores (p. ex., adrenalina, noradrenalina), agentes dopaminérgicos (p. ex., dopamina, dobutamina), petidina ou buspirona.
Deve-se suspender o aleitamento antes da administração e durante o tratamento. Advertências e precauções especiais de utilização
Mielosupressão
Foram notificados casos de mielossupressão (incluindo anemia, leucopenia, pancitopenia e trombocitopenia) em doentes a quem foi administrado linezolida. Nos casos em que se conhece o resultado final, quando a terapêutica com linezolida foi suspensa, os parâmetros hematológicos afetados elevaram-se até aos níveis apresentados antes do tratamento. O risco de aparecimento destes efeitos parece estar relacionado com a duração do tratamento. Os doentes idosos tratados com linezolida podem estar em maior risco de sofrer discrasias sanguíneas do que os doentes mais jovens.
A trombocitopenia pode ocorrer mais frequentemente em doentes com insuficiência renal grave, quer estejam ou não a fazer diálise. Assim, devem monitorizar-se regularmente os parâmetros hematológicos em doentes: que tenham anemia, granulocitopenia ou trombocitopenia pré-existentes; que estejam a receber medicação concomitante que possa diminuir os níveis de hemoglobina, diminuir os parâmetros hematológicos ou afetar a contagem ou a função das plaquetas; que tenham insuficiência renal grave; que estejam em tratamento por mais de 10-14 dias. Linezolida só deve ser administrado a estes doentes quando for possível a monitorização regular dos níveis de hemoglobina, parâmetros hematológicos, e contagem de plaquetas.
Caso ocorra mielossupressão significativa durante a terapêutica com linezolida, deve-se suspender o tratamento, a não ser que se considere absolutamente necessário a sua continuação. Neste caso deve-se implementar a monitorização intensiva dos parâmetros hematológicos e estratégias de cuidados apropriados.
Além disso, recomenda-se a monitorização semanal dos parâmetros hematológicos completos (incluindo níveis de hemoglobina, contagens de plaquetas e de leucócitos totais e diferenciados) em doentes a quem seja administrado linezolida, independentemente dos parâmetros hematológicos basais.
Em estudos de uso compassivo registou-se uma maior incidência de anemia grave em doentes tratados com linezolida por período de tempo superior ao máximo recomendado de 28 dias. Estes doentes necessitaram de transfusão sanguínea com maior frequência. Durante o período pós-comercialização registaram-se igualmente casos de anemia que necessitaram de transfusão, dos quais a maioria ocorreu em doentes tratados com linezolida por mais de 28 dias.
Foram notificados casos de anemia sideroblástica pós-comercialização. Nos casos em que a data de início era conhecida, a maioria dos doentes receberam tratamento com linezolida por mais de 28 dias. A maioria dos doentes recuperou total ou parcialmente após a interrupção da linezolida, com ou sem tratamento para a anemia.
Desequilíbrio na mortalidade num ensaio clínico com doentes com infeções sanguíneas Gram-positivas relacionadas com cateter
Foi observado um excesso de mortalidade em doentes tratados com linezolida, relativamente a vancomicina/dicloxacilina/oxacilina, num estudo de desenho aberto conduzido em doentes graves com infeções intravasculares relacionadas com cateter [78/363 (21,5%) vs. 58/363 (16%)]. O principal fator que influenciou a taxa de mortalidade foi o status de infeção no grupo de Gram positivos na baseline. As taxas de mortalidade foram semelhantes nos doentes com infeções causadas apenas por microrganismos Gram positivos (odds ratio 0,96; intervalo de confiança 95%: 0,58- 1,59), mas foram significativamente superiores (p=0,0162) no braço de tratamento de linezolida, em doentes com qualquer outro agente patogénico ou sem agente patogénico na baseline (odds ratio 2,48; intervalo de confiança de 95%: 1,38-4,46). O maior desequilíbrio ocorreu durante o tratamento e nos 7 dias após a descontinuação do fármaco em estudo. Um número superior de doentes no braço de tratamento com linezolida adquiriu agentes patogénicos Gram negativos durante o estudo e morreu por infeções provocadas por agentes patogénicos Gram negativos e polimicrobianas. Como tal, nas infeções complicadas da pele e tecidos moles, linezolida deverá apenas ser utilizado em doentes com infeção concomitante por microrganismos Gram negativos, conhecida ou possível, se não existirem alternativas terapêuticas disponíveis (ver secção 4.1). Nestas circunstâncias, deve ser iniciado o tratamento concomitante contra microrganismos Gram negativos.
Diarreia e colite associada a antibióticos
Notificaram-se casos de colite pseudomembranosa com quase todos os agentes antibacterianos, incluindo linezolida. Assim, é importante considerar este diagnóstico em doentes que apresentem diarreia subsequente à administração de qualquer agente antibacteriano. Nos casos em que se suspeita ou se verifique colite associada ao antibiótico, pode ser necessária a suspensão da administração de linezolida. Devem ser instituídas medidas de suporte apropriadas.
Foram notificados casos de diarreia e colite associadas a antibióticos, incluindo colite pseudomembranosa e diarreia associada a Clostridium difficile, em associação com o uso de quase todos os antibióticos, incluindo linezolida podendo variar em gravidade de diarreia leve a colite fatal. Por isso, é importante considerar este diagnóstico em doentes que desenvolvem diarreia grave durante ou após o tratamento com linezolida. Se se suspeitar ou confirmar diarreia ou colite associada a antibióticos, o tratamento em curso com os agentes antibacterianos, incluindo linezolida, deve ser suspenso e medidas terapêuticas adequadas devem ser iniciadas imediatamente. Nesta situação estão contraindicados os fármacos inibidores do peristaltismo.
Acidose láctica
Foram notificados casos de acidose láctica com a utilização de linezolida. Os doentes que desenvolvam sinais e sintomas de acidose metabólica, incluindo náuseas ou vómitos recorrentes, dor abdominal, reduzido nível de bicarbonato ou hiperventilação durante o tratamento com linezolida devem receber cuidados médicos imediatos. Se ocorrer acidose láctica, os benefícios da utilização continuada de linezolida devem ser avaliados tendo em consideração os potenciais riscos.
Disfunção mitocondrial
A linezolida inibe a síntese da proteína mitocondrial. Como resultado desta inibição podem ocorrer reações adversas, tais como acidose láctica, anemia e neuropatia (ótica e periférica); estes acontecimentos são mais frequentes quando o medicamento é utilizado por mais de 28 dias.
Síndroma da serotonina
Foram notificados casos de relatos espontâneos de síndrome da serotonina associada à coadministração de linezolida com agentes serotoninérgicos, incluindo antidepressivos tais como inibidores da recaptação seletiva de serotonina (ISRS). Está, portanto, contraindicada a coadministração de linezolida e agentes serotoninérgicos (ver secção 4.3), exceto quando é essencial a coadministração de linezolida e agentes serotoninérgicos. Nestes casos, os doentes devem ser cuidadosamente observados para sinais e sintomas da síndrome de serotonina, tais como disfunção cognitiva, hiperpirexia, hiperrreflexia e incoordenação. Se ocorrerem sinais ou sintomas, os médicos devem considerar a interrupção de um ou ambos os agentes; se o agente serotoninérgico coadministrado for retirado, pode ocorrer o desaparecimento dos sintomas.
Neuropatia periférica e ótica
Registaram-se casos de neuropatia, assim como neuropatia ótica e neurite ótica, que por vezes evoluíram para perda de visão, em doentes tratados com Linezolida. Estes casos ocorreram principalmente em doentes tratados por períodos de tempo superiores ao máximo recomendado de 28 dias.
Todos os doentes devem ser aconselhados a comunicar sintomas de compromisso visual, tais como alterações da acuidade visual, alterações da visão cromática, visão turva ou alterações dos campos visuais. Nestes casos, recomenda-se uma avaliação oftalmológica imediata, com consulta de um oftalmologista, se apropriado. No caso de existirem doentes em tratamento com Linezolida por um período superior aos 28 dias recomendados, deve-se monitorizar regularmente a sua função visual.
No caso de ocorrência de neuropatia periférica ou ótica, deve-se ponderar a continuação do tratamento destes doentes com Linezolida, face aos potenciais riscos.
Pode existir um risco aumentado de neuropatias quando o linezolida é administrado a doentes em tratamento ou que tenham estado recentemente em tratamento com antimicobacterianos, para o tratamento da tuberculose.
Convulsões
Foram notificadas convulsões em doentes tratados com Linezolida. Na maioria destes casos, foi notificada uma história de convulsões ou de fatores de risco para convulsões. Os doentes devem ser aconselhados a informar o seu médico se tiverem história de convulsões.
Inibidores da Monoaminooxidase
Linezolida é um inibidor reversível não seletivo da monoaminooxidase (IMAO); no entanto, nas doses utilizadas para a terapêutica antibacteriana, não exerce efeitos antidepressivos. Existem dados muito limitados dos estudos de interação com outros fármacos e sobre a segurança de linezolida quando administrado a doentes com doenças subjacentes e/ou medicação concomitante que os possam pôr em risco devido à inibição da MAO. Deste modo, não se recomenda a utilização de linezolida nestas circunstâncias, a não ser que seja possível a observação e monitorização cuidadosa do doente (ver secções 4.3 e 4.5).
Utilização com alimentos ricos em tiramina
Os doentes devem ser avisados para não consumirem grandes quantidades de alimentos ricos em tiramina (ver secção 4.5).
Superinfeção
Não foram avaliados, nos ensaios clínicos, os efeitos da terapêutica com linezolida sobre a flora normal.
A utilização de antibióticos pode resultar, ocasionalmente, num crescimento excessivo de microrganismos não suscetíveis. Por exemplo, cerca de 3% dos doentes a receberem as doses recomendadas de linezolida registaram candidíases relacionadas com o fármaco, durante os ensaios clínicos. Caso ocorra uma superinfeção durante o tratamento, devem ser tomadas medidas apropriadas.
Populações especiais:
Linezolida deve ser utilizada com especial precaução em doentes com insuficiência renal grave, e apenas quando o benefício esperado seja considerado superior ao risco teórico.
Recomenda-se que Linezolida seja administrada a doentes com insuficiência hepática grave, apenas quando o benefício esperado seja considerado superior ao risco teórico.
Compromisso na fertilidade
Linezolida diminuiu reversivelmente a fertilidade e induziu uma morfologia anómala do esperma em ratos machos adultos, para níveis de exposição aproximadamente iguais aos esperados no ser humano; desconhecem-se os efeitos possíveis de linezolida no sistema masculino reprodutor humano.
Ensaios clínicos
Não foram estabelecidas a segurança e eficácia de linezolida quando administrado por períodos superiores a 28 dias.
Os ensaios clínicos controlados não incluíram doentes com lesões de pé diabético, lesões de decúbito ou lesões isquémicas, queimaduras graves ou gangrena. Assim, a experiência da utilização de linezolida no tratamento destas entidades clínicas é limitado.
Excipientes
Cada ml de solução contém 45,7 mg (isto é 13,7 g/300 ml) de glucose. Este facto deve ser tido em consideração no caso de doentes com diabetes mellitus ou outros estados clínicos relacionados com a intolerância à glucose.
Cada ml de solução contém ainda 0,38 mg (114 mg/300 ml) de sódio. O conteúdo em sódio deve ser tido em consideração em doentes com restrição de sódio na sua dieta.
Interações
Inibidores da monoaminoxidase
Linezolida é um inibidor reversível, não seletivo da monoaminoxidase (IMAO). Existem dados muito limitados dos estudos de interação com outros fármacos e sobre a segurança de linezolida quando administrada a doentes com medicação concomitante que os possa pôr em risco devido à inibição da MAO. Assim, não se recomenda a utilização de linezolida nestas circunstâncias, a não ser que seja possível a observação controlada e monitorização do doente (ver secções 4.3 e 4.4).
Potenciais interações que conduzem ao aumento da pressão arterial
Em voluntários saudáveis normotensos, linezolida potenciou o aumento da pressão arterial provocado pela pseudoefedrina e cloridrato de fenilpropanolamina. A coadministração de linezolida tanto com a pseudoefedrina como com a fenilpropanolamina originou aumentos médios da pressão arterial sistólica na ordem dos 30-40 mm Hg, em comparação com aumentos de 11-15 mm Hg com linezolida administrado isoladamente, 14-18 mm Hg tanto com a pseudoefedrina como com a fenilpropanolamina administradas isoladamente, e 8-11 mm Hg com placebo.
Não se realizaram estudos semelhantes em indivíduos hipertensos. Recomenda-se que sejam determinadas cuidadosamente as doses dos fármacos com ação vasopressora,
incluindo agentes dopaminérgicos, de modo a atingir a resposta desejada quando coadministrados com linezolida.
Potenciais interações serotoninérgicas
Estudou-se a potencial interação farmacológica com dextrometorfano em voluntários saudáveis. Administrou-se dextrometorfano (duas doses de 20 mg com 4 horas de intervalo) em indivíduos a tomarem ou não linezolida. Não se observaram efeitos de síndrome de serotonina (confusão, delírio, agitação, tremores, enrubescimento, diaforese, hiperpirexia) em indivíduos saudáveis após administração de linezolida e dextrometorfano.
Experiência pós-comercialização: registou-se um caso de um doente, sob administração simultânea de linezolida e dextrometorfano, que surgiu com efeitos tipo síndrome de serotonina; esta situação resolveu-se com a suspensão de ambos os medicamentos.
Registaram-se casos de síndrome de serotonina durante a utilização clínica de linezolida com agentes serotoninérgicos, incluindo antidepressivos tais como inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS). Portanto, enquanto a coadministração está contraindicada, a gestão dos doentes para os quais é essencial o tratamento com linezolida e agentes serotoninérgicos, é descrito em advertências e precauções especiais de utilização.
Utilização com alimentos ricos em tiramina
Não se observou resposta significativa da pressão após administração de linezolida e menos de 100 mg de tiramina. Este facto sugere que é apenas necessário evitar a ingestão de quantidades excessivas de alimentos e bebidas com um elevado teor em tiramina (por ex., queijo curado, extratos de leveduras, bebidas alcoólicas não destiladas e produtos de soja fermentada, tal como molho de soja).
Fármacos metabolizados pelo citocromo P450
Linezolida não é metabolizada de forma detetável pelo sistema enzimático do citocromo F (CYP) e não inibe nenhuma das isoformas CYP humanas clinicamente significativas (1A2, 2C9, 2C19, 2D6, 2E1, 3A4). Da mesma forma, linezolida não induz as isoenzimas P450 em ratos. Assim, não se espera que linezolida induza interações farmacológicas a nível do CYP450.
Rifampicina
Foi estudado o efeito da rifampicina na farmacocinética de linezolida em dezasseis voluntários saudáveis adultos do sexo masculino, aos quais foi administrado 600 mg de linezolida duas vezes ao dia durante 2,5 dias, com ou sem rifampicina 600 mg uma vez ao dia durante 8 dias. A rifampicina reduziu a Cmax e a AUC de linezolida numa média de 21% [90% IC, 15, 27] e numa média de 32% [90% IC, 27, 37], respetivamente. É desconhecido o mecanismo desta interação e o seu significado clínico.
Varfarina
Após adição da varfarina à terapêutica com linezolida em estado estacionário, houve uma redução de 10% da média máxima da “International Normalized Ratio” (INR) na coadministração, com uma redução da AUC INR de 5%. Não existem dados suficientes de doentes que receberam varfarina e linezolida, de modo a avaliar o significado clínico, caso exista, destes resultados.
Fertilidade, gravidez e aleitamento
Não existem dados adequados sobre a utilização de linezolida em mulheres grávidas. Os estudos em animais demonstraram toxicidade no sistema reprodutor. Existe um risco potencial para os seres humanos.
Linezolida não deve ser utilizada durante a gravidez a não ser que seja claramente necessário, isto é, quando o potencial benefício seja considerado superior ao risco teórico.
Os dados obtidos em animais sugerem que linezolida e os seus metabolitos podem passar para o leite materno. Consequentemente deve-se suspender o aleitamento durante o tratamento.
Em estudos animais, linezolida diminuiu a fertilidade.
Linezolida pode influenciar a capacidade de conduzir e utilizar máquinas.
Os doentes devem ser advertidos quanto à possibilidade de ocorrerem tonturas ou sintomas de perturbações visuais (como descritas na secção 4.4 e 4.8) durante a administração de linezolida, e devem ser advertidos para não conduzir ou utilizar máquinas se se ocorrerem estes sintomas.
Efeitos indesejáveis
A tabela abaixo fornece uma listagem das reações adversas com a frequência baseada em todos os dados de causalidade provenientes de ensaios clínicos, envolvendo mais de 2000 doentes adultos que receberam as doses recomendadas de linezolida até 28 dias. As mais frequentemente notificadas foram diarreia (8,4%), cefaleias (6,5%), náuseas (6,3%) e vómitos (4,0%).
Os acontecimentos adversos notificados mais frequentemente, relacionados com o fármaco, que provocaram a suspensão da terapêutica, foram cefaleias, diarreia, náuseas e vómitos. Cerca de 3% dos doentes suspenderam o tratamento por apresentarem acontecimentos adversos relacionados com o fármaco.
Reações adversas adicionais, notificadas na experiência pós-comercialização, estão incluídas na tabela com uma frequência “Desconhecida”, já que a atual frequência não pode ser calculada a partir dos dados disponíveis.
Os seguintes efeitos indesejáveis foram observados e notificados durante o tratamento com linezolida, com as seguintes frequências: Muito frequentes (≥1/10); frequentes (≥ 1/100 a < 1/10); pouco frequentes (≥ 1/1.000 a < 1/100); raros (≥ 1/10.000) a < 1/1.000); muito raros (< 1/10.000); Desconhecido (não pode ser calculado a partir dos dados disponíveis).
Classe de sistema de órgãos | Frequentes ( 1/100 a < 1/10) | Pouco frequentes ( 1/1.000 a < 1/100) | Raros ( 1/10.000) a < 1/1.000) | Muito raros (< 1/10.000) | Desconhecid o (frequência não pode ser calculada a partir dos dados disponíveis) |
Infeções e infestações | candidíase, candidíase oral, candidíase vaginal, infeções fúngicas | vaginite | Colite associada a antibióticos, incluindo colite pseudomembran osa1 | | |
Doenças do sangue e do sistema linfático | Anemia1,3 | leucopenia1, neutropenia, trombocitopeni a1, eosinofilia | Pancitopenia1 | | Mielossupres são1, anemia sideroblástic a1 |
Doenças do sistema imunitário | | | | | Anafilaxia |
Doenças do | | Hiponatremia | | | Acidose |
metabolism o e da nutrição | | | | | láctical |
Perturbaçõ es do foro psiquiátrico | Insónia | | | | |
Doenças do sistema nervoso | Cefaleias, alterações do paladar (gosto metálico), tonturas | Convulsões1, hipoestesia, parestesia | | | Síndrome da serotonina2, neuropatia periférica1 |
Afeções oculares | | Visão turva1 | Alteração no campo visual1 | | Neuropatia ótical neurite ótical, perda de visão1, alteração na acuidade visuali, alteração na cor da visão1 |
Afeções do ouvido e do labirinto | | Acufenos | | | |
Cardiopatia S | | Arritmia (taquicardia) | | | |
Vasculopati as | Hipertensão | Ataque isquémico transitório flebite, tromboflebite | | | |
Doenças gastrointest inais | diarreia, náuseas, vómitos, dor abdominal generalizada ou localizada, obstipação, dispepsia | Pancreatite, gastrite, xerostomia, glossite, fezes soltas, estomatite, distúrbio ou alteração da coloração da língua | Alteração da coloração superficial do dente | | |
Afeções hepatobiliar es | Testes de função hepática alterados; Aumento da AST, ALT ou fosfatase alcalina. | Aumento da bilirrubina total | | | |
Afeções dos tecidos cutâneos e subcutâneo S | Prurido, erupção cutânea | Urticária, dermatite, diaforese | | | Afeções cutâneas bolhosas semelhantes às descritas na síndrome de Stevens- Johnson e necrólise |
epidérmica
tóxica,
angioedema, alopecia
| | | | | epidérmica tóxica, angioedema, alopecia |
Doenças renais e urinárias | aumento da BUN (azoto ureico) | Insuficiência renal, creatinina aumentada, poliúria | | | |
Doenças dos órgãos genitais e da mama | | Distúrbio vulvovaginal | | | |
Perturbaçõ es gerais e alterações no local de administrag ão | Pirexia, dor localizada | Arrepios, fadiga, dor no local de injeção, aumento da sede | | | |
Exames complemen tares de diagnóstico | Químicos Aumento da LDH, creatinina cinase, lipase, amilase ou glicemia não em jejum. Diminuição das proteínas totais, albumina, sódio ou cálcio. Aumento ou diminuição do potássio ou bicarbonato. Hematologia Aumento dos neutrófilos ou eosinófilos. Diminuição da hemoglobina, hematócrito ou contagem das células da linhagem vermelha. Aumento ou diminuição das plaquetas ou da contagem das células da linhagem branca | Químicos Aumento do sódio ou cálcio. Diminuição da glicemia não em jejum. Aumento ou diminuição dos cloretos. Hematologia Aumento da contagem dos reticulócitos. Diminuição dos neutrófilos | | | |
1Ver secção 4.4. 2Ver secções 4.3 e 4.5. 3Ver abaixo.
As reações adversas de linezolida seguintes foram consideradas graves em casos raros:
dor abdominal localizada, acidentes isquémicos transitórios e hipertensão.
3Nos ensaios clínicos controlados em que linezolida foi administrada até 28 dias, menos que 2,0% dos doentes apresentaram anemia. Num programa de uso compassivo em doentes com infeções potencialmente fatais e comorbilidades existentes, a percentagem de doentes que desenvolveu anemia sob tratamento com linezolida durante ≤28 dias foi de 2,5% (33/1326), em comparação com 12,3% (53/430) quando tratados durante >28 dias. A proporção de casos que registaram anemia grave relacionada com o medicamento e que necessitaram de transfusão sanguínea foi de 9% (3/33) em doentes tratados durante ≤28 dias e 15% (8/53) em doentes tratados durante > 28 dias.
População pediátrica
Os dados de segurança de estudos clínicos baseados em mais de 500 doentes pediátricos (desde o nascimento até aos 17 anos) não indicam que o perfil de segurança de linezolida para os doentes pediátricos seja diferente dos doentes adultos.
Sobredosagem
Não se conhece antídoto específico.
Não foram observados casos de sobredosagem. No entanto, as informações que se seguem podem ser úteis:
Aconselham-se cuidados de suporte, com a manutenção da filtração glomerular. Cerca de 30% de uma dose de linezolida pode ser removida durante 3 horas de hemodiálise, mas não existem dados disponíveis sobre a remoção de linezolida por diálise peritoneal ou hemoperfusão.
Instruções de utilização e manuseamento
Para utilização única. Retirar do invólucro apenas antes da utilização, verificar se há pequenas perdas apertando o saco com firmeza. Não utilizar se houver perdas, uma vez que a esterilidade pode estar comprometida. A solução deve ser visualmente inspecionada antes da administração e apenas devem ser utilizadas soluções límpidas, sem partículas. Não utilizar estes sacos em sistemas de perfusão em série. Qualquer solução não utilizada deve ser eliminada de acordo com as exigências locais. Não voltar a utilizar sacos parcialmente usados.
A solução para perfusão linezolida é compatível com as seguintes soluções: solução para perfusão intravenosa de glucose a 5%,
solução para perfusão intravenosa de cloreto de sódio a 0,9%
solução injetável de lactato de Ringer (solução injetável de Hartmann).
Incompatibilidades
Não devem ser introduzidos aditivos nesta solução. Se linezolida for administrado concomitantemente com outros fármacos, cada um deve ser administrado separadamente, de acordo com as respetivas instruções de utilização. Do mesmo modo, caso se utilize o mesmo sistema de perfusão intravenoso para a administração sequencial de vários fármacos, deve-se “lavar” o sistema de perfusão antes e após a administração de linezolida, com uma solução para perfusão compatível (ver secção 6.6).
Sabe-se que a solução para perfusão de Linezolida é fisicamente incompatível com os seguintes compostos: anfotericina B, cloridrato de clorpromazina, diazepam, isotionato de pentamidina, lactobionato de eritromicina, fenitoína sódica e trimetoprim/sulfametoxazol. É ainda quimicamente incompatível com a ceftriaxona sódica.
Prazo de Validade 24 meses
Após abertura: o medicamento deve ser utilizado imediatamente.
Precauções especiais de conservação
Armazenar na embalagem inicial (invólucro protetor e cartonagem) até à utilização.