Como todos os medicamentos, Carboplatina Sandoz pode causar efeitos secundários, no entanto, estes não se manifestam em todas as pessoas.
A incidência de reacções adversas reportada seguidamente baseia-se em dados recolhidos num vasto grupo de pacientes com prognósticos variados.
Toxicidade hematológica
Muito frequentes 10%:
A mielossupressão é a toxicidade limitante da dose da carboplatina. Às doses máximas toleradas de carboplatina administradas como agente único, ocorre trombocitopenia com um nadir da contagem de plaquetas de menos de 50x109/L, em cerca de um quarto dos pacientes.
O nadir acontece geralmente entre os dias 14 e 21, com recuperação nos 35 dias após o início do tratamento.
A leucopenia foi reportada em cerca de 14% dos pacientes mas a sua recuperação do nadir diário (dia 14 ? 28) pode ser mais lenta e habitualmente ocorre nos 42 dias após o início do tratamento. O decréscimo de hemoglobina pode ser observado nalguns pacientes. A neutropenia com contagem de granulócitos abaixo de 1x109/L acontece em aproximadamente um quinto dos pacientes. A anemia com valores de hemoglobina abaixo dos 11g/dl foi observada em mais de 2/3 dos pacientes com valores basais normais.
A mielossupressão pode ser mais grave e prolongada nos pacientes com insuficiência renal, tratamento intensivo prévio, estado debilitado e idade superior aos 65 anos. A mielossupressão normalmente é reversível e não cumulativa quando a carboplatina é utilizada como agente único, em doses e frequência de administração recomendadas. Pouco frequentes >0,1% - <1%
Foram reportadas ocasionalmente complicações infecciosas.
Também foram reportados casos de complicações hemorrágicas, geralmente menores.
Nefrotoxicidade
Muito frequentes 10%:
A toxicidade renal não é habitualmente limitante da dose em pacientes tratados com carboplatina, nem requer medidas de prevenção tais como a hidratação com elevados volumes de líquidos ou a diurese forçada. Apesar disso, podem ocorrer aumentos da uremia e dos níveis de creatinina sérica.
A disfunção renal, definida como uma diminuição da depuração da creatinina abaixo dos 60 ml/min, pode igualmente ser observada. A incidência e severidade da nefrotoxicidade pode aumentar em pacientes que manifestem disfunção renal antes do tratamento com carboplatina. Não é claro se um programa de hidratação apropriado pode reverter tal efeito, mas a redução da dose ou descontinuação da terapêutica é necessária no caso de se observarem alterações severas nos testes da função renal.
Pouco frequentes >0,1% - <1%
Reportaram-se casos de diminuição dos electrólitos plasmáticos (sódio, magnésio, potássio e cálcio) após o tratamento com carboplatina mas não suficientemente graves para desencadear o aparecimento de sinais ou sintomas clínicos.
Raros - >0,01% - <0,1%
Foram reportados casos de hiponatremia.
Toxicidade gastrointestinal
Muito frequentes 10%:
Náuseas sem vómitos foram observadas em cerca de 15% dos pacientes sob terapia com carboplatina. Foram notificados casos de vómitos em mais de metade dos pacientes e cerca de um quinto destes sofriam de vómitos graves.
As náuseas e vómitos desaparecem normalmente 24 horas após o tratamento e respondem na maioria dos casos a (e podem ser prevenidos por) terapêutica antiemética. Um quinto dos pacientes não apresentam náuseas ou vómitos.
Reacções alérgicas
Frequentes 1% - < 10%:
Têm sido reportados casos de reacções alérgicas à carboplatina. Estas reacções são semelhantes às verificadas após administração de outros compostos contendo platina, isto é, erupção cutânea, febre sem causa aparente e prurido, que devem ser tratados com a terapêutica apropriada.
Ototoxicidade
Muito frequentes 10%:
Foram reportados casos de diminuição da acuidade auditiva, com perda de audição ao nível das altas frequências (4000-8000 Hz) determinada por audiograma, em 15% dos pacientes tratados com carboplatina. Contudo, apenas 1% dos pacientes apresentam sintomas clínicos, que se manifestam maioritariamente por zumbidos. Em pacientes submetidos a um tratamento prévio com cisplatina e que tenham manifestado perda de audição relacionada com tal tratamento, a disfunção auditiva pode persistir ou piorar.
Neurotoxicidade
Frequentes 1% - < 10%:
A incidência de neuropatias periféricas após tratamento com carboplatina é de 4%. Na maioria dos pacientes a neurotoxicidade está limitada à parestesia e redução de reflexos nos tendões. A frequência e intensidade dos efeitos secundários aumenta em pacientes idosos e pacientes sujeitos a tratamento prévio com cisplatina.
A presença de parastesia antes do início da terapia com carboplatina, particularmente se relacionada com tratamento prévio com cisplatina, pode persistir ou piorar durante o tratamento com carboplatina.
Toxicidade Ocular
Raros - >0,01% - <0,1%
Perturbações transitórias na visão, incluindo perda transitória da visão, são raramente descritas. Aparecem normalmente associadas a tratamentos com doses elevadas em pacientes com disfunção renal.
Outras:
Muito frequentes 10%:
Foram reportados casos de anomalias em testes de função hepática (leves a moderadas) em cerca de um terço dos pacientes com valores basais normais. O nível de fosfatase alcalina surge aumentado mais frequentemente do que o nível de transaminases do aspartato e alanina ou bilirrubina total.
A maioria destas anomalias regride espontaneamente no decurso do tratamento. Frequentes - >1% - <10%
Sintomas como alteração do paladar, astenia, alopécia, febre e tremores sem aparente infecção ou reacção alérgica forma observados em menos de 2% de pacientes sob tratamento com carboplatina.
Raros - >0,01% - <0,1%
Casos de síndrome hemolítico urémico são raramente observados.